Críticas aos impactos do turismo de massa têm ganhado as ruas no mundo, este movimento vem recebendo o nome de “Turismofobia” (anti-turismo, Turistas? Não, obrigado).
Por..:: Prof. Me. Renato Marchesini
Tabela de Conteúdo
O que é Turismofobia?
Diversas prefeituras vêm sofrendo pressão popular devido a crescente aversão aos turistas chamada de “Turismofobia” e já buscam medidas para controlar o comportamento excessivos dos visitantes como as cidades europeias de Barcelona (Espanha), Veneza (Itália), Amsterdã (Holanda), San Sebastian (Espanha), Dubrovnik (Croácia), Palma de Maiorca (Espanha), Roma (Itália), Berlin (Alemanha), Valencia (Espanha), Milão (Itália).
Na Baixada Santista temos situação semelhante principalmente na alta temporada, onde o fluxo de turismo desordenado e excessivo traz também problemas para as cidades.
A importância de um Turismo Consciente
Não estou aqui de forma alguma aqui demonizando o turismo, pelo contrário, até porque trabalho e pesquiso este fenômeno. Porém afirmo com todas as palavras que o mesmo deva ser planejado com muita responsabilidade e profissionalismo para que essa turismofobia não se alastre ainda mais.
A pauta é o excesso de pessoas nos destinos, a não aplicação de capacidade de suporte, falta de planejamento, falta de infraestrutura e consciência de alguns visitantes.
Turismo implica não apenas dinheiro circulando, equipamentos sendo utilizados. Implica em pessoas se deslocando, comunidades recebendo pessoas. Na academia chamamos de relação visitantes x visitados.
Os impactos afetam uma série de aspectos, podendo ser positivos ou negativos. É uma questão muito delicada, e a sua mensuração não é de fácil diagnóstico. Envolve grande percepção individual, critérios e conhecimento técnico-prático do fenômeno turístico.
Pontos positivos: geração de empregos e renda, tributos para o município, diversificação da economia, desenvolvimento da infraestrutura, intercâmbio cultural, ações efetivas para a proteção cultural, natural e arquitetônica, entre outros.
Pontos negativos: aumento da população sazonal, comercialização excessiva da cultural local poluição da água, ar, sonora, violência, prostituição etc.
Qual a importância do Planejamento do Turismo?
Para a implantação de uma atividade turística, é necessário um cenário que motive alguém a ir visitá-lo. Havendo esse cenário, a população local deverá ter consciência do papel que passará a ter, recepcionando os turistas. Havendo a junção desses elementos, as consequências que se sucederem deverão estar bem delineadas para que a comunidade local não venha a enfrentar problemas com a presença dos turistas e ocasione na aversão dos mesmos (turismofobia).
Para isso, o planejamento deverá contabilizar todas as possíveis formas de impactos, prevendo, se possível, a que nível, para que as consequências não sejam profundas e já sugerir programas que minimizem os efeitos.
De forma inicial algumas perguntas que devem ser respondidas pelo destino turístico:
É o público que escolhe o destino? Ou é o destino que dita o perfil do público?
O destino está preparado para o turismo? Qual sua capacidade de suporte?
Muita gente num mesmo lugar, ou pouca gente em muitos lugares?
Modificar os destinos para atender ao turista, ou ensinar o turista a se adaptar aos lugares visitados?
Tenho uma frase que muitas vezes repito que é: “Destino que aceita qualquer Turismo não merece Turismo melhor”.
A Luta por um Turismo Saudável
O turismo pode trazer benefícios e malefícios, por isso da importância de compreender este comportamento e assim buscar estratégias via planejamento e monitoramento. O reposicionamento da atividade de turismo, em novas bases, não é uma escolha: é uma exigência dos novos tempos.
Para aprofundar o tema te convido a assistir o Filme: Síndrome de Veneza, disponível no YouTube, divido em 4 partes. Deixei os links abaixo:
A Síndrome de Veneza (Parte 1)
A Síndrome de Veneza (Parte 2)
A Síndrome de Veneza (Parte 3)
A Síndrome de Veneza (Parte 4)
Texto Por:
Prof. Me. Renato Marchesini
Gestor de Projetos e Docente com ampla formação e especialização em áreas como Ecoturismo, Gestão Pública, História e Cultura no Brasil, além de expertise em Gestão de Recursos Humanos, Projetos Sociais e Educação Profissional e Tecnológica. Mestre em Ciências com foco interdisciplinar em Ciência e Tecnologia do Mar, Renato também é bacharel em Turismo e possui licenciatura em História, com extensiva atuação em formação profissional e tecnologias educacionais.
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